28 de set. de 2011

Daquilo que se constrói







Eu acho que nem mais sou, apenas vou sendo
Fico meio amante das coisas,
Ora me deixo levar pelos ventos
Tem vez que preciso estar atento
Mas me perco no ar.

Vou meio que sendo aos poucos, 
construindo tijolo por tijolo,
construção de paredes de areia
um jardim tímido em frente

Vou meio que enlouquecendo aos poucos
me envolvendo nessa brincadeira têxtil
Esse tecido chamado mundo
Me deixando levar pela realidade
Pela fantasia
Pela mistura que isso dá.

Vou meio que sendo aos poucos,
fico indefinido muitas vezes
Me perdendo em nós próprios
sendo indefinido, sempre em formação
Irregular, talvez súbito
de um vir-a-ser constante...


Imagem retirada do site Congresso das Mulheres

23 de set. de 2011

Carta não tão avulsa

Amigo,

Hoje realmente eu estou bem! Eu estava pensando em alguma coisa para escrever, algum poema, uma outra coisa qualquer, mas a ideia da carta não saiu da minha cabeça. Sabe...acho que me serviu muito bem o modo de escrevê-la...é tão sincera, é tão fácil de escrever.

Eu estou dando sorrisos enquanto a escrevo hoje, estou feliz por perceber que é primavera, não tinha me lembrado até ver algumas pessoas "brotando", acariciando as almas com lindas palavras, esperando trazer do inverno as flores que não conseguiram nascer. Gostei muito de perceber como todos florescem, e por algum tempo são capazes de dar algo de si. Mas é pensando nisso também é que fico mais calmo com as questões que envolvem essas "flores". Não consigo expressar bem aquilo que quero dizer, mas é isso que quero dizer, é que eu entendo em partes, que me tranquilizo em partes! De qualquer forma, estou bem, e por algum tempo, enquanto ainda tiver cor, ficarei bem, pois coisas cinzas hão de se manter afastadas, talvez não tanto tempo quanto a distância da primavera ao próximo inverno.

É isso meu caro, eu gostaria de te desejar uma nova primavera cheia de novas sensações, e que quando as suas flores murcharem, saiba que haverá outras.
Nada mais tenho a dizer,
só que se cuide!

Um abraço, não mais tão envergonhado,

Eu

14 de set. de 2011

Carta avulsa

Amigo,

Bom, eu não sei como se começa uma carta, mas é engraçado que eu já estou começando. Estou um tanto sem jeito, porque não sei sobre o que escrever. Sabe, na internet eu coloco coisas engraçadas, converso coisas que a maioria das pessoas conversam. Isso ocorre com muita naturalidade, pena que na vida real não é assim, as vezes nem cumprimento meus "amigos do msn". Não é sobre isso que eu queria falar, eu queria só explicar, que diante desse papel em branco eu não sei o que pôr, porque, você não vai me responder imediatamente, eu vou colocar simplesmente "tudo bem?". Acho que seria superficial demais.
Então, em primeiro lugar, eu acho que eu deveria falar sobre minha vida, sobre o que acontece. Tenho um tanto de receio, não sei se realmente você vai ler com bons olhos aquilo que colocarei aqui. Bom eu realmente não sei nem se você vai me responder. Eu gostaria que respondesse, mas necessariamente eu teria que perguntar algo? Isso já foi uma pergunta!
Mas, agora tentarei iniciar, sabe, nesse último dia eu tenho tido impressões fortes sobre muita coisa, por isso que eu estou tão desconfiado, isso que eu escrevi ( não apaguei, para quê? ) ai em cima acho que é fruto da minha insegurança. Sabe, eu tô crescendo, eu tô vendo muitas coisas pela primeira vez e as vezes eu me pergunto qual é o sentido disso tudo? Por que as pessoas mentem? Ou por que crescemos achando que o "mundo" é a melhor coisa? Muitas vezes eu tenho pensado que não, muitas vezes percebo que pouca coisa vale a pena, e o que eu percebo que vale a pena são as coisas gratuitas. Ultimamente tenho pensado no dinheiro e em como o ser humano se submeteu, sujando tudo que é gratuito e corrompendo aquilo que era bonito. Sabe o que é pior? Faço parte disso, e costumeiramente o banho não me lava das sujeiras. Já recorri a minha alma, a um Ser Superior, mas toda vez ouso olhar para qualquer lado vejo algo que não está dentro da "verdade". Sabe, amigo, eu realmente precisava dizer essas coisas, estava um tanto com receio de falar pessoalmente, pelo telefone ou por msn. Por que em todos esses aspectos é como se houvesse a obrigatoriedade de eu estar bem. E não estou, porque sempre quero um pouco mais, eu queria mais pureza, mas a cada vez que penso nisso me vejo como um hipócrita. Enfim, eu te desejo tudo de bom, do fundo da gratuidade do meu sentimento por ti. Aguardo respostas, mas não se obrigue a fazê-las, porque também quero algo pelo qual não precise pagar.

Sinceramente (envergonhado),

Eu
_________________________________

Quando li o blog Cartas para Anne me deu uma vontade de escrever uma carta. 

11 de set. de 2011

De ser



"Tenho que ter paciência pra não me perder dentro de mim, vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco sem saída." C(larice).L(ispector)

Achei o texto em trash and purpurine
Imagem do site O diário de Maria

9 de set. de 2011

Da saudade




Olhos que vêem o passado, 
Passando numa tela de computador
Sentimentos que tocam o que foi
Encontram vozes de outrora
Não mais o é, mais ainda está aqui
Guardado na memória
Os olhos sustentam gotas
Elas temem rolar 
Orgulho! Já se passou 
Não está no "agora"
Um suspiro, um sorriso
Uma pequena dor
Emoções que persistem
Fortes! O tempo não apaga
Ficam como sinais em rochas, 
talhadas em outro idioma
mas que um simples olhar
a tudo retorna, envolve
Volta....
Quero de volta...
Lembranças de uma história!!

Imagem do site Dreamstime