2 de mai. de 2012

De alguns suspiros perdidos



Achei que tudo que poria aqui seriam boas coisas
Mas esqueci-me das outras coisas, as verdadeiras
Reais, irreais, fantasmagóricas, negras, difíceis
Acho que sonhei que era tudo doce, um joãozinho
um menininho direto para a casa de gostosuras
as vezes achava que seria pelo menos menos trágico
ou talvez mais leve e confortável
mas nada tem a ver com conforto, talvez um pouco com leveza
mas leveza de saber levar, mas como não se sabe a não ser quando se sabe
naquele momento em que se está lá...
Achei que não ia me roçar mais as unhas dentro dessa bolha
disso tudo que ainda mora aqui dentro
talvez me esqueci dessas coisas
dessa estória de outrora, deveras um doce lamento
A morte diz da verdade, em que se tece todas as mentiras
"Um punhado de bem, um punhado de mal. É só misturar com água."
é só misturar com água e deveras estarei lá
não como deidade pura e vívida, mas
talvez e só talvez um borrão de tinta, talvez um sorriso apagado
um olhar colorido, ombros baixos, cansado
Mas que ironias, mas que destinos e que retas, curvas
que vida! que choro! que coisa!
Jamais saberei....não há o que saber, dessas tristezas que me tomam
desses vazios que me carregam, somente a verdade, simples, mas inexplicável
sem argumentos o suficiente para acreditar...
mas só punhados de bem e de mal sabem,
mesmo certos que não, sim
mas beirando sempre o talvez....
no entanto nada resta, nem mesmo o que sobra
já dizia também uma velha estória de um velho poeta

"Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida."



Imagem daqui